Após três meses passados de uma cirurgia de enxerto ósseo no maxilar, para efeito de um implante de quatro dentes na região dos molares superiores de minha boca, fui entregar para os dois cirurgiões-dentistas que realizaram o procedimento uma radiografia panorâmica para avaliação dos resultados da operação.

Pelos olhares deles na radiografia, pude claramente perceber que as coisas não andaram nada bem. Os dois relataram que nenhuma parte da massa óssea enxertada foi consolidada na parte superior de meus maxilares. Como? Depois de uma cirurgia terrível de uma hora e meia de duração, nenhum resultado de osso consolidado para o meu tão esperado implante! Eu teria que esperar mais quanto tempo para poder saborear uma boa picanha e ficar livre daquelas próteses provisórias!

O diagnóstico do insucesso foi rápido e cruel: um olhar sutil de reprovação para o maço de cigarros que se encontrava no bolso de minha camisa. E um aviso de condenação: eles nunca mais iriam fazer esse tipo de cirurgia em fumantes, sem nenhum sacrifício por parte deles quanto a um mínimo de cuidado na saúde bucal, nos períodos pós-cirúrgicos em seus hábitos de fumar. Foi uma bronca e tanto e a sentença estava dada: ou larga o vício do fumo ou não terá os dentes de volta!

Na semana seguinte, fui chamado novamente ao consultório para discutirmos o que poderia ser feito e fiquei na expectativa de que poderia haver uma possibilidade de um eventual sucesso sem que eu tivesse que parar de fumar. Mas, quando encontrei com eles dentro do consultório, já estava tudo preparado para uma nova operação. Fui pego de surpresa para outra longa e terrível cirurgia de enxerto ósseo, sem nenhum custo adicional, mas com uma condição: nada de cigarros por trinta dias, o que para qualquer fumante significa um sacrifício considerável.

Bom… eu teria que optar entre continuar a fumar ou ter de volta meus dentes solidamente presos ao maxilar superior. Felizmente decidi pela realização dessa nova cirurgia e pela parada total dos cigarros na minha vida.

O resultado foi um sucesso total: voltei a saborear minhas picanhas com meus novos e fortes dentes traseiros e fiquei livre das incômodas próteses provisórias. Mas sou grato mesmo a esses dois excelentes profissionais pela atitude firme e consciente ao me alertaram sobre os males que o cigarro pode causar, não somente na origem de tumores, como na agressão da saúde de nossas gengivas. E grato pela capacidade de nosso organismo em suportar nossos dentes em seus mais do que sagrados lugares! Sem o vício da nicotina, é claro!

Marçal de Oliveira Neto é ex-fumante, pesquisador e professor aposentado do Instituto de Química da Universidade de Brasília (UnB).

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